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Rubricas

Uso de rubricas

 

Como nos informa Brookhart,  “rubricas são um conjunto coerente de critérios para o trabalho dos estudantes, que incluem descrições dos níveis de qualidade da performance em cada critério.” (pos. 70) Esta definição aponta para dois aspectos importantes: um conjunto coerente de critérios e descrições dos níveis de performance para esses critérios. Isso posto, as rubricas podem ser boas ou ruins, conforme os critérios selecionados ou conforme a descrição da performance e sua adequação aos objetivos propostos.

 

A rubrica em si não é um instrumento de avaliação, mas um conjunto de descritores de performances. Ela pode ou não ser usada com esse fim e seu uso como ferramenta de avaliação é cada vez mais presente no ensino superior. Não apenas por que elas facilitam a correção de trabalhos e de outras atividades discentes, mas por que dá consistência e feedback qualitativo ao estudante, já que fornece uma descrição da performance e não apenas um julgamento, que ao final, é o que uma nota transmite. Ademais, quando fornecida com antecedência, orienta o trabalho dos alunos, pois esclarece quais os critérios a serem considerados pelo professor.

 

Quadro

 

Veja alguns tipos de atividades discentes que podem ser acessados por rubricas

Adaptado de Brookhart, 2010, pos. 82

As rubricas podem ser usadas, tanto naquelas modalidades de avaliação onde seu uso já está mais estabelecido, tais como trabalhos escritos, questões dissertativas ou apresentações orais, mas também para a auto avaliação e a avaliação por pares, que são fundamentais para a avaliação formativa e para o paradigma da educação centrada no estudante e na aprendizagem, já que promove o engajamento com a própria aprendizagem e a metacognição, por meio da reflexão sobre o próprio desempenho e de seus parceiros de trabalho.

 

O envolvimento do estudante na aprendizagem pode ainda ser mais fomentado quando a própria construção da rubrica de avaliação dos trabalhos é alvo de trabalho conjunto e de decisões tomadas com a sala toda.
 

Outra enorme vantagem do uso das rubricas é fazer com que o professor tenha claro quais são os propósitos da avaliação proposta e como eles se relacionam aos objetivos de aprendizagem da disciplina. Ademais, as rubricas estruturam a observação e o feedback: “ao invés de julgar o desempenho, a rubrica descreve o desempenho.” (Brookhart, 2010, pos. 105)

Saiba mais

BORBA, A.; FERRI, C.e HOSTINS, R. C. L. Avaliação da aprendizagem no ensino superior: questões que emergem da prática docente. Contrapontos, vol. 7 – n. 1, p. 43-54, jan-abr. 2007

 

Resumo:

A avaliação da aprendizagem no ensino superior, enquanto objeto de estudo, tem imposto reflexões sobre as concepções e os procedimentos vigentes, bem como sobre os paradigmas propostos na literatura educacional. O presente trabalho é fruto de um conjunto de discussões realizadas em momentos de formação continuada dos docentes – lócus privilegiado para o debate e a negociação de sentidos e significados da avaliação como prática formativa. Apresenta as principais questões formuladas pelos docentes do ensino superior em um movimento simultâneo de resistência às mudanças e abertura para o novo, num debate no qual se evidenciam valores e concepções de orientação contraditória que se aproximam ou confrontam-se num jogo permanente de forças e de questionamentos sobre o avaliar, o medir e o negociar no processo de ensino-aprendizagem. Acesso em 23/1/2016.

 

CRLT Occasional Papers (24): Best practices for designing and grading exams.

 

Abstract:

The most obvious function of assessment methods such as exams, quizzes, papers, presentations, etc., is to enable instructors to make judgments about the quality of student learning (i.e., assign grades). However, the methods of assessment used by faculty can also have a direct impact on the quality of student learning. Students assume that the focus of exams and assignments reflects the educational goals most valued by an instructor, and they direct their learning and studying accordingly (McKeachie & Svinicki, 2006). Given the importance of assessment for both faculty and student interactions about learning, how can instructors develop exams that provide useful and relevant data about their students' learning and also direct students to spend their time on the important aspects of a course or course unit? How do grading practices further influence this process?

http://crlt.umich.edu/sites/default/files/resource_files/CRLT_no24.pdf (16/3/216)

Construção de rubricas

 

Elemento importante na construção de rubricas é sua adequação aos objetivos de aprendizagem que estão sendo medidos, principalmente no que tange ao seu ajuste mais fino. Por exemplo, se queremos desenvolver uma rubrica para avaliar a evolução da escrita em um semestre, é preciso torná-la mais adequada àqueles aspectos que podem ser desenvolvidos em um semestre, já que a competência da escrita como um todo não pode ser desenvolvida em período tão curto de tempo. Seria como querer pesar os ingredientes necessários para fazer um bolo em uma balança de caminhões.

 

Exemplo:

 

Veja a rubrica abaixo:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Se a proposta fosse de uma avaliação inicial e uma ao final do semestre para verificar a evolução dessa habilidade, seria difícil o estudante passar de um nível a outro da rubrica nesse tempo. Ademais, as descrições são bastante amplas, contemplam mais de uma habilidade e, no fundo, são subjetivas. No entanto, supondo que se tenha trabalhado o papel das palavras de transição na coesão do texto ao longo do semestre.  Poderíamos ter uma rubrica desse tipo:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nesse caso, é uma rubrica mais detalhada (trata especificamente do uso de palavras de transição) e poderia ser usada para comparar a evolução do estudante ao longo do semestre.

 

Os dois exemplos acima mostram que para que uma rubrica seja de fato eficiente para dar feedback formativo ao estudante e para fornecer elementos diagnósticos ao professor, ela deve ser analítica e tratar cada um dos critérios separadamente. A primeira rubrica, mais holística, pode ser mais simples de ser elaborada e mais rápida para ser utilizada, mas apresenta limitações, já que fica mais difícil para que o estudante perceba quais de fato são os pontos fortes e fracos do seu trabalho. Também para o professor, por vezes fica difícil escolher em qual critério o trabalho do estudante se “encaixa”.

 

Acesse um conjunto de rubricas preparadas pela Association of American Colleges and Universities. (documento: All rubrics AACU) O documento pode ser baixado também no site: https://www.aacu.org/value-rubrics por meio de um cadastro rápido.

 

 

Saiba mais:

 

Muitas universidades americanas e autores têm material específico sobre rubricas. Seguem alguns links de interesse:

 

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de verificação de leitura.

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