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Estratégias de Avaliação e Taxonomia de Bloom

Em 1948, a American Psychological Association juntou uma força-tarefa, liderada por Benjamin Bloom, para discutir, definir e criar uma taxonomia de objetivos educacionais que permitisse a educadores o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem e avaliação que levasse em conta os diferentes níveis de complexidade e domínio das funções cognitivas, afetivas e motoras.  O primeiro trabalho desse grupo foi publicado em 1956 - Taxonomy of educational objectives: The classification of educational goals. Handbook I: Cognitive domain.

Embora a Taxonomia trate de 3 domínios dos objetivos educacionais, nesse curso vamos focar no domínio cognitivo.

 

A Taxonomia de Bloom apresenta, pois, um conjunto de categorias cognitivas que vão se tornando gradativamente mais complexas e que devem ser percorridas pelo estudante, para que ele chegue à categoria superior, que seria a de Avaliação. Elas são construídas de forma gradativa, evoluindo umas sobre as outras, a partir de níveis de pensamento de ordem inferior, como a memorização de conhecimentos.

Diversas revisões foram feitas desde então, sendo a mais significativa delas a de Lori Anderson, supervisionada por David Krathwohl, que participou do estudo original, e foi publicada em 2001: A taxonomy for learning, teaching and assessing: a revision of Bloom’s taxonomy for educational objectives. Essa nova versão dá ênfase aos verbos e não mais aos substantivos, como na primeira versão, buscando enfatizar a ação e a evidência de aprendizagem, bem como postula como último e mais complexo nível o CRIAR, invertendo os dois últimos níveis.​

Outra importante mudança diz respeito à introdução da dimensão “conhecimento” envolvido, tornando o modelo bidimensional. Os conhecimentos podem ser factuais, conceituais, procedimentais ou ainda metacognitivos, como indica a figura, com destaque aos verbos relacionados a cada dimensão:

Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais

Leia agora o artigo “Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais”, de Ana Paula do Carmo Marcheti Ferraz e Renato Vairo Belhot, publicada na Revista Gestão da Produção, São Carlos, v. 17, n. 2, p. 421-431, 2010. Ele traz um bom apanhado teórico sobre o assunto e um exemplo de como utilizá-la no desenho de uma disciplina de Engenharia de Produção.

Saiba mais sobre metacognição:

 

A Metacognição como Estratégia Reguladora da Aprendizagem

Graciela Inchausti de Joua * & Tania Mara Sperbb

 

A Psicologia Cognitiva através de seu enfoque do Processamento de Informação postula que a mente é um sistema cognitivo, que habilita o ser humano a interagir no seu meio. Este sistema, por sua vez, tem a capacidade de se monitorar e auto-regular, potencializando o próprio sistema. Essa capacidade foi definida como metacognição. O presente trabalho tem como finalidade, primeiramente, analisar o conceito de metacognição, tentando capturar sua essência e funcionalidade como processo cognitivo; em segundo lugar, mostrar e discutir os modelos expostos por diferentes autores da área e, por último, relatar pesquisas que mostram a metacognição como fator determinante na aprendizagem instrucional. Palavras-chave: Metacognição; cognição; processamento de inf

 

JOU, Graciela Inchausti de; SPERB, Tania Mara. A metacognição como estratégia reguladora da aprendizagem. Psicol. Reflex. Crit.,  Porto Alegre ,  v. 19, n. 2, p. 177-185,   2006 .   Disponível em:  http://www.scielo.br/pdf/prc/v19n2/a03v19n2.pdf  Acesso em 13  Feb.  2016.  

O uso da Taxonomia de Bloom facilita a escolha do instrumento de avaliação mais adequado para cada nível de objetivos de aprendizagem do domínio cognitivo, que vai se complexificando, conforme há uma complexificação dos próprios objetivos. Veja abaixo uma tabela com as correspondências entre os categorias dos objetivos de aprendizagem e os instrumentos para avaliá-los:

Adaptado de: https://www.alsde.edu/sec/ari/Literacy%20and%20Justice/Revised%20Bloom.pdf e de Telles, 2005

 

Muito provavelmente não é possível, em uma mesma disciplina percorrer todas as categorias de objetivos de aprendizagem. Disciplinas iniciais do curso irão ter maior carga de aprendizagem voltada às 3 primeiras categorias, enquanto as do final devem voltar-se ao desenvolvimento das últimas. No entanto, é necessário notar que mesmo dentro de uma mesma categoria há diferenças conforme o grau conhecimentos, amadurecimento e de desenvolvimento cognitivo. Um estudante de Medicina pode criar um portfólio sobre seu processo de aprendizagem, mas isso é diferente de um cirurgião criar uma técnica nova de remoção de um tumor no cérebro.

 

Como pode-se notar na tabela acima, os instrumentos de avaliação não são exclusivos de uma categoria de objetivos educacionais, mas podem ser utilizados em mais de uma delas, dependendo da sua formulação. Nesse sentido, os verbos relacionados a cada categoria podem indicar a quais objetivos o instrumento se refere.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No próximo capítulo apresentaremos alguns instrumentos de avaliação, que são fortemente formativos, embora possam também ser utilizados como instrumentos de avaliação somativa. São instrumentos que podem fazer parte da “caixa de ferramentas” do professor, para identificar e produzir evidências do desenvolvimento cognitivo e do modo de pensar dos estudantes, o que permite propiciar feedback tanto ao docente quanto ao estudante, para que estes possam ajustar suas atividades de ensino e aprendizagem com vistas a alcançar os objetivos de aprendizagem estabelecidos na unidade ou disciplina. No entanto, as maneiras de buscar essas informações são infinitas, dependendo da criatividade do professor e do seu interesse em aumentar as ferramentas disponíveis na sua “caixa”.

Pense nisso!

 

  • Você tem incorporado as categorias da Taxonomia de Bloom nas suas avaliações?
     

  • Analisando as avaliações das suas disciplinas, quais categorias da Taxonomia de Bloom você acha que são mais abordadas?
     

  • Ao planejar as avaliações das suas disciplinas, você as relaciona aos objetivos de aprendizagem descritos no Plano de Ensino e de Aula?

Estamos no meio da nossa jornada... Aproveite a paisagem e siga em frente!

Na próxima etapa, você irá aprender diversas estratégias para melhorar seu processo de avaliação.

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